segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Era a conta faxavor

No outro dia li um artigo numa revista (daquelas tontas) sobre regras de etiqueta no sexo e houve uma que me prendeu a atenção: "Se foi você que convidou o/a parceiro/a para uma noite louca num motel é você que deve pagar a conta." 

Tirando a parte do convidar alguém para uma noite num motel (nunca fui a um motel mas estalo de curiosidade por experimentar) a verdade é que isto de organizar uma surpresa para alguém tem muito que se lhe diga (e conte, quando chegamos à parte dos números).

Eu concordo com o que a senhora (ou senhor) que escreveu o artigo diz: quem organiza a surpresa é que paga a conta. É que se eu me lembrei que seria uma excelente ideia surpreender a minha cara metade com um jantar no "Eleven" parece-me um bocado forte dizer-lhe no fim: "Isto foi lindo não foi? Ah, é verdade, e foi € 230,00. Dás-me os € 115,00 agora ou preferes fazer-me uma transferência bancária? Posso dar-te já o NIB."

Ou então: "Organizei-te um fim-de-semana surpresa para te mimar como mereces... não tens que te preocupar com nada, apenas com desfrutar." E depois: "Ainda bem que gostaste deste fim-de-semana no Hotel Spa que escolhi. Olha o Sr. da Recepção está aqui a dizer que são € 400,00... Podes pagar-lhe os teus € 200,00 com multibanco, se preferires."



É que uma coisa é as duas pessoas combinarem um passeio ou um jantar e saberem de antemão quanto vai custar a cada uma e outra coisa é uma pessoa ser completamente surpreendida pela outra.. com a surpresa e com a conta. Eu já fui surpreendido à grande e posso dizer-vos que não sei o que foi maior: se o sorriso de parvo que ostentei, se a sensação de ter ficado para lá de f*dido com a cara de tacho da outra pessoa, a achar que eu ia adorar a ideia (sim, aquela ideia com a qual não tive nada a ver e que financei de forma compulsiva em 50%).

Ainda sou à moda antiga: se é para fazer a outra pessoa sentir-se única e especial, gosto de a mimar a 100%, sem que ela se preocupe ou contabilize o que quer que seja.

Por outro lado, a verdade é que o amor não olha a números e por vezes entusiasma-se. Principalmente se contar com a carteira do outro para lhe suportar (50% d') a imaginação.

8 comentários:

João Roque disse...

É tudo muito relativo...
No amor, em princípio tudo deve ser compartilhado, mas há excepções.
E nelas, a surpresa de um convite, que deve ser bem calculado para que possa ser bem executado e não se fazerem tristes figuras.

um coelho disse...

Durante todas as relações hetero que tive, sempre fui eu que paguei a conta e isso nunca surgiu sequer como problema. Claro que também nunca foram grandes despesas, sempre me regi pelo princípio de não gastar o que não era meu e por isso, durante a faculdade, poupava o dinheiro que os papás davam.
Quando me 'virei para o outro lado', entrei um bocadinho em choque, porque estava habituado a pagar a conta e agora havia outra pessoa que também queria pagar, e o meu argumento de 'o homem paga' já não era válido.
No início da minha relação com o P, ele ainda estava na faculdade e por isso normalmente eu pagava, e mesmo isso deu azo a grandes discussões, como ele não querer ir comer fora e eu perceber que era por causa do dinheiro. Agora que ele já trabalha, as coisas funcionam melhor, mas claro que na viagem pela Europa que lhe preparei em surpresa fui eu que banquei tudo. E voltava a bancar se fosse preciso, só para ver aquele ar de pânico a entrar no avião para Paris e a dizer 'Eu disse à minha mãe que ia para Sevilha!'.

Backpacker disse...

Pinguim: a ideia é meeeeesmo evitar figuras tristes...

É dessas surpresas que estou a falar, Coelho! Mas não queremos que a surpresa seja extensível à fase em que lhe apresentamos a conta, lolololol!

Anónimo disse...

Como diria o Nilton: "PAGA O QUE DEVES!"

AHAHAHAHAHAH!

Backpacker disse...

"Paga o que deves!" é muito bom :D

Sérgio disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Sérgio disse...

Podes sempre pedir o cartão de crédito emprestado :p

Backpacker disse...

O da pessoa surpreendida?

:D