quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Eu não quero parar. E isto é muito mais que o nome de um blogue.

O telefone toca, tenho o C. à espera para irmos correr - "É um instante" - e atendo. Do lado de lá oiço aquela voz calorosa, com sotaque "porteño": "Hola guapetón, qué tal?" É da Argentina.

De imediato sou transportado de volta para São Paulo.

Foi uma semana mágica e que deixa saudades, a par de novas pessoas na minha vida, daquelas a quem passei a querer tanto em tão pouco tempo, que me chego a assustar com a brusquidão com que tudo aconteceu.

O Brasil foi uma experiência extraordinária em todos os aspectos: no campo profissional foi de uma exposição e reconhecimento totalmente inesperados. Foi o assumir-me como responsável entre os pares que representam os outros países. Foi o perceber que estou no caminho certo, o receber um sem-fim de feedbacks positivos, mas também de uma avaliação directa e assertiva que me permitiu perceber que ainda tenho muito para aprender e crescer. Foi uma projeção internacional que me permitiu poder começar a planear um futuro em outros dois países, se o Projeto em Portugal não correr bem.

Para além disso, a minha Diretora ofereceu-me 4 dias de férias por lá com tudo pago (e se eles foram bem aproveitados), que me permitiram matar saudades de uma amiga muito especial, fazer novos amigos e conhecer a cidade pelos olhos dos Paulistanos (nada de experiências turísticas, blarrghhh)... Tantos os amigos como os colegas resolveram levar o menino a experimentar o que de melhor a cidade tem e foi A LÓCURA: restaurantes SUPER (recomendações: "Brown Sugar", "JAM", "Bar do Samba" ou o encantador "Paris 6"), bares, discotecas (ah, a "Lions"...) e o que de melhor é produzido nas vinhas chilenas e argentinas.

São Paulo é uma cidade vibrante, cosmopolita, cheia de cultura (o MASP é imperdível, e quem lá for por estes dias pode ver quase toda a obra de Caravaggio numa exposição de nos deixar com a cara à banda)... enfim, uma espécie de Nova Iorque tropical: recordou-me tanto as férias de há 4 meses! Apesar de ainda ter muitos problemas por resolver (trânsito, pobreza,...) já tem tanto para dar. 

Passear por aquelas ruas é uma dose de adrenalina, seja pelo glamour da Oscar Freire (ah, o que eu me estraguei no A. Hercovitch e Cavalera) ou pela agitação da Paulista. E depois as pessoas são tão bonitas, cosmopolitas e cheias de vida!

Os dias de férias foram passados com a B. e com o grupo de amigos que me apresentou (they party hard!) e os de trabalho com aquelas pessoas tão fantásticas, que aplicam tanta intensidade no labor como na diversão (não houve noite em que não saíssemos todos até de manhã: parecia que estávamos de volta à faculdade, AHAHAHAHAHAH!). A cachaça que aquela rapaziada trouxe de volta no bucho... e as dores nos pés de tanto dançar. E, num registo mais piegas, as saudades (cada vez que me lembro da miúda do Panamá a chorar na última noite...)...

E depois, claro, a história luso-argentina. A verdade é que fomos ambos os primeiros a chegar e os últimos a partir. Éramos também os únicos a estar em quartos no mesmo piso. E somos tão parecidos (tanto, mas tanto): houve logo um aproximar completamente espontâneo como se nos conhecêssemos anos.

Enfim, continuamos a conversa ao telefone, e volta a insistir que nos temos que ver em Buenos Aires brevemente. Despeço-me e garanto-lhe que vou chatear muito nos próximos tempos: digamos que parece que agora há uma espécie de relação de protecção entre a Argentina e Portugal. "Hasta mañana", e desligamos.

O regresso a São Paulo irá seguramente acontecer.



2 comentários:

Sérgio disse...

Como te invejo. É uma das cidades que mais gostava de visitar.
abc

um coelho disse...

Por acaso não é cidade que me excite muito. Mas com tudo pago e boa companhia, quem precisa de excitação?