domingo, 15 de janeiro de 2012

GoCrazy

Já os tinha visto por Belém ou ali para as bandas da Baixa. Sempre me pareceu uma coisa muito estúpida que as pessoas se enfiassem naquelas geringonças no meio do trânsito sujeitas a terem um acidente e a colocarem condutores e peões em risco.



No entanto, como todas as coisas ridículas que vejo, esta despertou-me uma vontade enorme de a experimentar, que foi sendo guardada até este fim-de-semana. Assim, na sexta-feira liguei a fazer a reserva e o rapaz avisou-nos que as previsões para domingo eram de chuvas fortes. Já era tarde: ou era no domingo ou não era.

E assim às 13h30 lá me apresentei com a M. para levantarmos o GoCar, mapa com as rotas de Lisboa Antiga e capacetes. O homem disse que a maquineta era fácil de manobrar para quem já tivesse conduzido um scooter: ora, eu nunca conduzi nenhuma mas como sempre achei que um homem atrapalhado é pior que uma mulher bêbeda, vai de enfiar o capacete, meter o cinto e puxar o acelerador (sim, como nas motas)... pormenor: nas motas quando se acelera inicialmente devemos ter o travão apertado antes de arrancar sob pena de sairmos disparados.

Pois.

Saímos disparados.

para quem não sabe, o GoCar tem uma estrutra muito frágil que abana por todos os lados, é difícil de se lhe coordenar a travagem (para quem nunca conduziu uma mota) e a direcção também não é das melhores. Todas estas condicionantes aconselhariam a que optássemos por uma rota mais pacata e segura, como um passeio pela Praça do Império e zona de Belém. No entanto, nós, que somos como o amigo do Guedes e o medo também é uma coisa que não nos assiste, optámos por seguir pela Sé, Castelo, Graça e Alfama.

E deixem-me que vos diga que ainda tenho os abdominais doridos de tanto rir... A verdade é que a Sr.ª do GPS é meio doida e grita coisas "WOOOOO! Não é o máximo ires a descer esta rua a esta velocidade?"... o pior é que quando se é muito susceptível a incentivos externos como eu, reforços positivos deste género só têm um resultado: lixar a maquineta pelos buracos de Alfama ou subir passeios à bruta.

Confesso que por mais que uma vez achei que ia deixar os dentes nalguma parede das casinhas de Alfama ou num eléctrico para as bandas da Graça. Por sua vez, a M. deve estar neste momento a beber um chá qualquer para evitar ficar rouca... o que é uma prevenção muito pertinente, considerando o número de vezes que gritou: "TRAVA!!! TRAVA!!! Ó BACKPACKER TU TRAVA-ME ISTO!!! AI QUE VAMOS BATER!!!" (enquanto me esmagava o braço, pois claro).

Por fim, deixem-me que vos diga que recomendo: não só é divertido como permite revisitar alguns ícones lisboetas com as exlicações da Sr.ª do GPS (ainda que algumas sejam meio tontas). E agora só tenho que aprender a desligar a voz à dita Sr.ª, porque enquanto estávamos sentados na esplanada da Graça a beber café ela lá estava a berrar pelas colunas do GoCar "Vire na próxima à direita. Vire na próxima à direita. Vire na próxima à direita. Vire na próxima à direita.Vire na próxima à direita. Vire na próxima à direita.", o que fez o tempo todo em que a maquineta esteve estacionada, para gáudio dos transeuntes.

Tenho a certeza de que vou voltar a fazer. E com um grupo grande, para podermos fazer corridas pelas vielas de Alfama. E com o GPS em Espanhol.

Só porque me parece ainda mais tonto.

5 comentários:

Anónimo disse...

Parece ser divertido, lololol

João Roque disse...

Dá vontade de experimentar...

Backpacker disse...

Acreditem que é absurdamente divertido... com tudo o que o advérbio de modo implica.

um coelho disse...

Há algum tempo atrás num site de venda coletiva estiveram bilhetes à venda. Não comprei porque também pensei que fosse uma palhaçada para turista, mas agora depois de ler o teu comentário já não sei se não o devia ter feito.

Backpacker disse...

Faz! Vão adorar :D