segunda-feira, 21 de maio de 2012

A Cidade Que Quis Guardar Tesouros

NY é proprietária de uma riqueza inestimável: a Cultura. 

No entanto, neste campo tenho que vos confessar que tive uma desilusão... um dos meus pintores favoritos é o Edward Hopper, cuja obra, na sua maioria, integra a exposição permanente do Whitney Museum. Foi para lá que corri, numa das manhãs, apenas para ser informado que o Museu estava a acolher uma Bienal qualquer e que por isso a colecção permanente estava arrumada. Nem sequer quis entrar: fiquei tão, tão triste... Enfim, acabei por ter mais um motivo fabuloso para lá voltar!

Dali seguimos para o Guggenheim e aviso já que a minha opinião acerca dele não é a melhor. No entanto, digamos que não será a opinião mais imparcial uma vez que há apenas dois meses estive no Guggenheim de Bilbao, que me apaixonou com a sua arquitectura... Eu sei que o de NY tem muitos anos em cima e que possivelmente foi tão invoador para a sua época como o é agora o congénere Basco. No entanto, acho que a própria dinâmica do edifício de NY não será a melhor para expor as colecções, com salas reduzidas e pouco propícias a uma instalação livre do conteúdo que se pretende levar ao público. Fica a nota máxima para a colecção permanente: tantos Cezánnes juntos dão vontade de ficar lá um dia inteiro!

Um outro sítio a não perder é o Met. Sim, o tal das galas anuais. Digamos que é uma espécie de British Museum e Victoria & Albert num só, mas em Americano. Impressiona pela variedade e riqueza do recheio, que vai de um templo egípcio inteiro, passa por vários Dalí, Picasso, e vai até inúmeras esculturas da antiguidade clássica. É impossível ver tudo num dia, mas o que se vê enche-nos o espírito.

Por outro lado, levava o pé atrás para o Museu de História Natural (é um facto: não nutro grande interesse pelo tema das ciências). No entanto, este menino trouxe-me uma surpresa muito agradável! Assim que me apanhei lá dentro entre os esqueletos de dinossauro, os bonecos representativos das diferentes culturas, as maquetas de cidades do passado e os cenários com diferentes faunas e floras senti-me numa cena do "À Noite no Museu"... dei por mim a correr de um cenário para o outro como uma criança entusiasmada. E também não resisti a deitar-me no chão do pavilhão dos oceanos, mesmo por baixo da enorme baleia azul que está pendurada no tecto. Dá-nos uma sensação mágica da nossa pequenez perante outras criaturas com quem partilhamos o planeta...

E por fim, meus senhores: a jóia da coroa, a créme de la créme, o top of the top... o MOMA!!!

Há quase um ano que oiço semanalmente a minha professora dizer "ah e tal isto está no MOMA", "ah e mais isto e aquilo e o maior acervo deste pintor pode ser encontrado no MOMA", "ah e é o MOMA que reúne a maior amostra desta corrente"... e pude comprovar: o MOMA é o céu da arte contemporânea!

A magia que é vermo-nos rodeados por Van Gogh, Picasso, Gauguin ou até mesmo Frida Kahlo... E não estou a falar de obras meio obscuras: está lá o ex libris da maioria dos pintores mais conhecidos do final do Séc. XIX e Séc. XX. Aqui um pequeno aparte: cada segundo passado neste museu valeu todos os euritos e horas investidas no Curso de História de Arte Contemporânea... confesso que me emocionei com coisas às quais não daria o mínimo valor há um ano atrás e por de repente estar ali e perceber do que se trata... A sala dedicada ao Construtivismo e Suprematismo, que antes seria uma sala repleta de coisas esquisitas foi, naquele momento, a possibilidade de estar perante as inquietações de Rodchenko, Popova ou Malevich e quase poder tocá-as...

Como se tudo isto não bastasse ainda tive direito a uma surpresa brutal (deve ter sido para compensar a desilusão do Whitney): o MOMA tinha uma exposição temporária dedicada aos célebres murais que Rivera pintou para o Rockefeller e que foram arrancados do edifício quando se percebeu a mesnagem ideológica dos mesmos! Aquilo foi um doce, para mim que adoro Diego Rivera: ver os murais, ler a correspondência dedicada ao tema, ver as fotografias da época... Por fim, uma outra mais-valia do MOMA é o célebre jardim das estátuas, que se pode definir como nem mais nem menos que um espaço de relaxamento e lazer onde podemos passear por entre seres saídos das cabeças dos mais criativos génios.



(Guggenheim NY)


(Metropolitan, o "Met")


(Dalí at the Met)


(Leda e o Cisne... um clássico)


(Templo Egípcio)


(Whitney Museum... eu volto. Seguramente)


(Museu de História Natural)


(idem)


(idem)



(idem)



(idem)



(eu, as "Demoiselles" do Picasso e o MOMA)


(Frida e o MOMA)


(MOMA - Jardim das Estátuas)


(MOMA - Jardim das Estátuas)



(MOMA - Jardim das Estátuas)


(MOMA - Jardim das Estátuas)

3 comentários:

João Roque disse...

Um grande "obrigado" por esta postagem.
É raro ver um turista ir a N.Y. e nos seus relatos de viagem dedicar pouco mais de duas linhas à Cultura, nomeadamente Museus.
Aqui deixaste apontamentos que justificam, por si só, uma ida a esta cidade.

Backpacker disse...

Sem querer dar uma de pseudo-intelectual acho mesmo que os museus são um dos principais motivos para se visitar esta cidade... albergam uma tal riqueza!

um coelho disse...

Nunca tive grandes pretensões de ir aos Estados Unidos, mas este post deixa água na boca até quem não percebe grande coisa de arte contemporânea como eu. Mas o Museu de História Natural é um marco mundial, se tivesse de escolher um museu em NY para ir seria esse. Com sorte encontrava lá o Ben Stiller!