quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

13 anos depois

Quando fiz 18 anos ofereceram-me um "lovebird." Apaixonei-me pelo raio do bicho e levei-o comigo de férias... e bem, pode-se dizer que ele teve umas férias de morrer (literalmente).

Fiquei tão de rastos com o óbito que os meus pais acabaram por me comprar outro. Era verde, com uma cabeça vermelhona e cheio de energia. Curiosamente, era mau como as cobras e nunca lhe devem ter explicado que a raça dele tem a alcunha de "lovebird" porque supostamente são ternurentos e acasalam para a vida.



Era um vivo-diabo, que só estava bem a morder e a estragar, mas fazia-me rir tanto... teve dois companheiros em ocasiões distintas: um macho (nunca se sabe, não é?) e depois uma fêmea. Nunca se preocupou muito com estas companhias: apenas via nelas mais uma coisa para morder e não demonstrou nenhum sinal de tristeza quando uma e o outro morreram (é suposto eles criarem laços para vida e sobreviverem pouco tempo aos parceiros). Este cagou bem na cena.

E assim, esteve comigo 13 anos. Nos últimos tempos notava-se que estava mais calmo, já não voava quando lhe abria a gaiola e fazia menos barulho. Decidi que não o ia levar comigo para a casa nova porque em casa dos meus pais sempre continuaria mais acompanhado. Mudo-me dentro de uma semana e a decisão já estava tomada.

No entanto, ontem à noite a minha mãe - assim como quem não quer a coisa, entre um e outro assunto - conta-me que ao fim do dia ele tinha morrido. Fiquei meio sem saber o que dizer (não, desta vez não chorei baba e ranho) e ainda estou meio aparvalhado.

A uma semana de nos separarmos acabou por me deixar ele a mim. 

3 comentários:

Anónimo disse...

Coincidência? Quando fui para a universidade a minha cadela com 15 anos faleceu sem razão aparente. Habituamo-nos a eles e quando acontecem estas coisas custa sempre. Os "Agaponis" são óptimos animais de estimação :)

Backpacker disse...

É uma sensação estranha...

um coelho disse...

Diz-se que os animais adquirem os hábitos dos donos... passo a citar: "teve dois companheiros em ocasiões distintas: um macho (nunca se sabe, não é?) e depois uma fêmea. Nunca se preocupou muito com estas companhias: apenas via nelas mais uma coisa para morder e não demonstrou nenhum sinal de tristeza quando uma e o outro morreram (é suposto eles criarem laços para vida e sobreviverem pouco tempo aos parceiros). Este cagou bem na cena."