quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Euskara!!!

Então rapaziada? Tudo em cima?

A coisa foi violenta mas não morri e aqui estou para o comprovar...

Então a modos que foi mais ou menos isto: no domingo de madrugada arrastei-me da cama até ao aeroporto e quando lá cheguei havia um problema com o bilhete. Como tinha sido comprado com milhas precisava de uma autorização qualquer que a C. não terá enviado... lá armei um putedo desgraçado, mas acabei por comprar um bilhete ali na hora. 

O vôo Lisboa-Bilbao é assegurado por uma charanga que faz lembrar a avioneta onde o Rick Blane abandona Casablanca. Com a diferença de que esta abana tanto que temos mesmo muitas dúvidas se teremos sempre Paris. Íamos 12 passageiros, eu encornei o Tolstoi e dediquei-me à D. Moggach: estou a ADORAR (por várias vezes durante o vôo dei comigo a rir que nem um perdido... sim, tipo o looney lá do sítio)! À chegada a Bilbao vi uma coisa que já não via há 3 meses: chuva. E foi estranho...

O sr. do táxi lá me levou para o hotel (que na primeira noite era um diferente daquele onde ficaria nas noites seguintes, uma vez que a C. só vinha no dia seguinte), e não é que sem querer (JUROOOO) escolhi um hotel "de ambiente"??? Eu devia ter desconfiado daquelas marquises cheias de cores...

(o Hotel da primeira noite)


(o belo do quartinho)

Os quartos eram super-acolhedores e o pessoal também (e que acolhimento gente)... da parte da tarde houve direito a almoço perto da ria, passeio pela cidade e depois um banho quente que me levou a adormecer na banheira (não, não estava acompanhado, ó badalhocos).

O dia seguinte amanheceu cheio de sol e fui passear pela beira-rio... Bilbao é encantadora. Adorei os contrastes da arquitectura moderna com a traça do séc. XIX de alguns edifícios, tudo muito limpo e enquadrado, com muitas alamedas, espaços verdes e pessoas felizes a correr e a passear os cães. Mais perto do mar, surge uma Bilbao industrial, cheia de fábricas e estaleiros ferrugentos que também me encantou, confesso (adoro cenários industriais de finais do séc. XIX, e início do séc. XX).

(a ponte do Calatrava)


(a maravilha dos contrastes arquitectónicos)
De seguida fui buscar as malas, fazer o check-out e despedir-me do pessoal (ah, o pessoal) para me meter no táxi e seguir para o Hotel onde a C. tinha acabado de se instalar... como as coisas não mudam, consegui atrasar-me uma meia hora. Foi incrível, apesar de não nos vermos há 3 anos, parecia que só tinham passado 3 dias. E a partir daquele momento senhores, a loucura assentou bagagens em Bilbao.

Almoçámos nos melhores restaurantes da cidade (recomendação para o "Serantes"), sempre regados com os melhores riojas, passeámos pelo centro, petiscámos no quarto e virámos uma reserva de 2004 de um bom tinto do Douro, fomos a um bar gay que era uma depressão completa, mas o barman simpatizou connosco e ofereceu-nos erva para fazermos uns charros mais tarde (lindo, não é?) e deambulámos pela cidade. 

No dia a seguir apanhámos um táxi depois do pequeno-almoço, eram umas 11h00, e fomos até perto da costa, ver a primeira ponte transportadora que foi construída no mundo, algures no séc. XIX... o taxista achou que eu era o Português que comia a Brasileira, que o amor não tem fronteiras e que eu era um Etarra (o homem chegou ao ponto de dizer que não queria que eu falasse de política no carro porque não sabia quem eu era).
Depois fomos até ao Guggenheim, que é FENOMENAL... o edifício é uma verdadeira obra de arte. O acervo não me conquistou, com a excepção de umas coisas do Kiefer e do Boltanski. Dali fomos almoçar e depois seguimos para o Museu de Belas Artes, cujo conteúdo me conquistou: tem peças lindas, lindas, lindas... Acabada a parte cultural, fomos virar uns cocktails para o Bar do Carlton e depois depenar as prateleiras da Purificación García e da Adolfo Dominguez. De seguida rumámos ao hotel, para nos trocarmos para o nosso último jantar.

(Guggenheim!!!)


(Puppy - ou "el perrito" - o fiel guarda do Guggenheim)

(Museu de Belas Artes)

O jantar foi num sítio lindo: um chalé encantandor num miradouro sobre Bilbao... foi encantador jantar naquela sala sozinhos, encostados a uma janela enorme sobre as luzes da vila reflectidas no rio e acompanhados por uma empregada para lá de fabulosa. Claro que a coisa descambou: comemos que nem uns porcos (e que iguarias, senhores), ela achou que éramos um casal a celebrar algum aniversário, dançamos na sala ao som do "Moon River", que dissemos ser a nossa música (calhou ser aquela que estava a tocar) e virámos duas garrafas de tinto de € 70,00 cada uma... o que a empregada gostou de nós! Depois de mandar chamar o táxi ainda nos levou ao telhado do chalé para vermos melhor as vistas e depois acompanhou-nos ao carro onde se agarrou a nós a desejar toda a felicidade do mundo.

(o nosso belo "Txacoli de Atxala")

(a vista)

Chegados ao Hotel, achei que era um desperdício não aproveitar a droga que o outro nos tinha dado (já bastava aquela que eu tinha espalhado pela gaveta da cómoda enquanto tentava fazer um charro pela primeira vez), e vai de me pôr a fumar no quarto. Entre álcool e ervinhas de fazer rir. o resto da noite foi um disparate e um chorrilho de confidências (às tantas já havia charros a voarem acesos pela janela do quarto, que, só por acaso, era de não fumadores).


(a delícia que cada uma destas escondia)

No dia a seguir acordei às 4h30 para ir para o aeroporto, tendo chegado a Lisboa pelas 7h15... e o que é que este vosso amigo achou que era uma excelente ideia? Isso mesmo: trabalhaaaaareeee!

E digamos que "arrastar-me" é a expressão que melhor define o que foi a minha quarta-feira.

7 comentários:

Pepper disse...

isso é que foi um fim-de-semana em grande!! :)

Backpacker disse...

Ai, tu não me digas nada... ainda estou em recobro, lol!

Sessão de cinema para a semana? :D

Pepper disse...

oui,oui! depois combinamos o filme! :)

João Roque disse...

Uma verdadeira quarta feira de cinzas...
Mas com três dias anteriores super bem passados.

Backpacker disse...

É... um verdadeiro "miércoles de cenizas", lolol!

um coelho disse...

Wow, adorei este post, tirando o Guggenheim não sabia nada de Bilbao.

E nada como fumar uma ervinha boa, em boa companhia. ;-)

Backpacker disse...

Vale muito a pena para passar uns 3 dias Coelho :)