Não velho no sentido físico, que esse está cada vez melhor e recomenda-se, obrigadinho, mas na cabeça... tudo por causa de uma conversa em frente a um café no sábado com um grande amigo.
Falava-me ele das aventuras e desventuras com as pessoas que vai conhecendo na internet, e nas proezas sexuais que as mesmas lhe vão proporcionando, quando eu solto um: "de facto, eu cada vez percebo menos isso" - aqui faço um aparte: o desabafo saiu acompanhado de uma expressão reveladora de algum enfado, o que demonstra sempre pouco tacto quando nos estamos a referir ao "modus vivendi" de alguém a quem queremos bem.
A resposta veio rápida: "lá estás tu armado em santo... pareces um velhinho a falar!", ao que retorqui com um: "nada disso, apenas procuro ser feliz com outras coisas. Olha, sei lá... isso da pessoa certa há-de vir quando tiver que ser e até lá prefiro ocupar-me com coisas que me realizem do que perder tempo com as pessoas erradas."
Este meu amigo respondeu afirmando que isso seria fácil para mim, porque tenho bastantes amigos e ando sempre ocupado a fazer qualquer coisa. E acho que é aqui que reside o segredo...
Como é evidente, gosto muito de sexo, de conhecer pessoas, de sexo, de dar beijinhos e de sexo. No entanto, não percebo aquela coisa do "vai à net-conhece pessoa-toma café (opcional)- manda uma-vai à net-conhece pessoa". É que não me lixem, mas prefiro passar um serão de sexta-feira com os amigos a beber um bom tinto e a rir-me com eles do que num café em Telheiras ou no Chiado com um desconhecido na esperança de ter à minha frente um atleta nas lides da alcova.
Já gostei. Já fiz. Já dei para esse peditório. Acabou.
Concordo com esse meu amigo: aposto no convívio com os que amo e isso torna tudo muito mais fácil e divertido. Nas últimas duas semanas tive o programa do "GoCar", vi "A minha semana com Marylin", "Os descendentes" e "Moneyball", fui ao S. Carlos assistir ao "Cozì Fan Tutte", jantei sushi e Mexicano, e também tive um jantar para lá de fantástico no Bota Alta. Para além disso subi ao palco num show de strip numa casa manhosa do Cais do Sodré. Apanhei algumas bebedeiras e uns valentes banhos deste sol de Inverno nas magníficas esplanadas que esta Lisboa oferece... tudo na companhia dos melhores amigos de sempre.
Os amores? Opá, esses que venham se quiserem e quando quiserem, que eu cá não sou homem de andar atrás deles... Em quatro que tive, apenas um (o primeiro) conheci numa rede social: o velhinho Hi5. Todos os outros foram apresentados em jantares ou festas, ou então meteram conversa comigo de forma espontânea e num contexto de não-engate.
Não quero desperdiçar o meu tempo de forma tão parva.
Ou então estou apenas a ficar velho.
6 comentários:
Compreendo o teu ponto e o do teu amigo.
Em dadas alturas da vida bastam-nos outras coisas (amigos, família...), mas por outro lado não acredito nessa máxima de "quando tiver que vir virá" por tudo o que temos na vida, de uma forma ou de outra, é o fruto no esforço que fizemos para o ter.
Eu me aproximo dos 23 e sinto o msmo.
=/
Abraços.
O meu esforço passa por me sentir bem e feliz em cada fase da vida. Sozinho ou acompanhado.
Não há esforços que faças e que te assegurem que irás encontrar "the right one".
Pois eu estou 100% de acordo contigo.
Uma coisa é andar à procura de encontrar a "tal pessoa" e procurar nos sites que todos conhecemos, só mesmo para sexo, embora se se vai lá por diversão, possa haver uma surpresa, mas isso é excepção; outra é deixar correr, mas estar disponível e...atento...!
Nunca andei 'nessas vidas' nem dei para esse peditório, mas acho que é o tipo de coisa que não tem nada a ver comigo. Já estive no gaydar durante alguns anos, mas apenas porque, confortável no armário, era a única forma de conhecer pessoas. Mas despachava-as num instante, algumas bastavam 5 minutos. Tenho a sorte que nunca procurei um namorado. Procurei amigos, desenvolvi essas amizades e uma delas deu em algo muito especial. And that's it.
Grande Coelho! That's what I'm talking about :)
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