Descobri a Irmã Wendy quando andava no secundário e apaixonei-me logo pelo trabalho dela: uma freira patusca com um grandes dentes e fala à sopinha de massas, mas que ao mesmo tempo consegue descrever obras de arte com tal intensidade como se nos relatasse um episódio da sua própria vida que tenha acabado de experienciar.
E agora, com o Curso, sinto que voltei àquelas tardes em que passava horas a ouvir e a sentir as pinceladas de centenas de quadros em frente à televisão. A diferença é que agora é presencial: tenho ali à minha frente uma das maiores peritas em Portugal em História da Arte do Séc. XX a falar apaixonadamente de pintores e obras e ensinar-nos tanto como nunca pensei vir a aprender.
Por outro lado, sempre julguei de descartar a possibilidade de dedicar tempo a sério a esta paixão e, no entanto... no entanto, agora quando dou por mim numa aula sobre Arte Nova a analisar o contraste entre Klimt, com as suas mulheres fatais e dominadoras, envoltas em elementos abstractos, e Mucha, com as suas mulheres ternas e feéricas, envoltas em motivos florais, percebo que tudo é possível e que basta querermos.
Mas querermos mesmo a sério.
("Retrato de Adele", Klimt)
("La Dame aux Camélias", Mucha)
5 comentários:
Ainda não consegui perceber qual é a tua profissão... mas gosto muito de te ler!
É muito bom encontrar uma motivação extra ao nosso dia a dia; baixa-nos o stress e aviva-nos a cultura.
É o que se está a passar contigo agora.
Não me digas que estás a ter aulas com a M.C.?!?!?!
O que descreves é uma sensação fantástica, o descobrir que se pode fazer muito mais do que apenas a nossa profissão, que somos polivalentes e podemos ainda crescer e aprender mais... E sim, a freira é o máximo, põe ssssssopinha de massssssa aí!
Nopes X. Ela também dá aulas lá, mas de outros períodos: o séc. XX é dado pela C.A.T. :)
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